quarta-feira, 4 de julho de 2012

pra explicar um pouco...




Quem me vê esbravejando no twitter imagina: olha aí mais um clichê de louco Corinthiano, em tempos de muito marketing e encenação,  pode até imaginar que minhas reações sao exageradas, pensadas.
Esqueça amigo, "aqui é Corinthians" é algo inexplicável, um amigo meu define bem: “corinthiano não gosta de futebol, gosta do Corinthians”.....  mentira!!!!,  com um fundão de verdade, o Corinthians é maior que qualquer coisa, até que o futebol.  Ontem alguém escreveu em uma foto minha do instagram dizendo não entender tanta loucura, minha resposta foi sincera: nem eu! . De qualquer jeito , vou tentar explicar tudo isso.
Desde que me liguei que existo, sou corinthiano, lembro perfeitamente do gol de tupazinho contra o São Paulo em 1990, disputando espaço com a trave, em um lance esquisito, eu tinha 6 anos na época e era o primeiro título nacional do Corinthians: campeão brasileiro.
Poderia aí ter começado uma história de glorias e títulos, ia ser bacana contar como título após título fui me tornando mais alvinegro, a verdade é que dali pra frente viriam outras vitorias, é lógico, mas nunca foi fácil, alias,  de 90 até 95 o Corinthians não ganhou nada relevante,  só apanhava, seguidas vezes. Enquanto meus amigos do colégio comemoravam os títulos mundiais do Sao Paulo, palmeirenses entrariam na famosa "era parmalat" eu seguia ali, sofrendo com o timão.
Nessa época, Corinthians e futebol eram as duas únicas preocupações da minha vida, tinha na cabeça todos os jogos do Corinthians, sabia o nome, a data de nascimento, a idade, a origem e até o nome da mãe de cada jogador do timao, desde Ronaaaaaaldo o goleiro, ao Ezequiel, um dos melhores volantes que vi jogar. Cantava todas as musicas de arquibancadas, cultivava todas as superstições possíveis.
A cada vitoria do Corinthians alegria sem fim, nas derrotas, vergonha, desespero de encarar a zoeira no colégio no dia seguinte, muitas vezes ficava tão nervoso que passava mal, quantas vezes não acabei de cama com febre por causa de uma derrota do Corinthians, é verdade, pergunte para a coitada da minha mãe ...
Quando fiz 11 anos,  o Corinthians estava na final da Copa do Brasil, assisti ao primeiro jogo em casa junto com meu avo Jean, alguns dias depois o Corinthians seria campeão e meu avô, herói de guerra, o cara que eu tinha como exemplo, chef de cozinha e tal , morreu , era a primeira vez que tive que lidar com algo desse tipo e o Corinthians tava lá, junto comigo.
Os anos foram passando, e o Corinthians mudando, cada ano um time novo, ídolos novos, vi times horríveis, outros incríveis como o de 98/99/00 .Comemorei muito, sofri demais.
Em 2007, a queda para serie b, desespero, angustia, sensação de presenciar um desastre, "calma amigo, é só futebol..." não, não é.... não é mesmo.
Mas o desastre uniu a torcida, aumentou ainda mais minha paixão por este time, fui a todos os jogos do Corinthians em São Paulo , empurrei aquele time de volta, era mais um no bando de loucos, deu certo.
E agora, depois de muito sufoco, o Corinthians na final da libertadores, o único título que falta, o sonho dessa torcida, não podia ser melhor, contra o Boca no Pacaembu, é título pra ninguém contestar, o dia mais importante da história do Corinthians até agora.
Vou sofrer muito, vou xingar, talvez tenha um enfarte ou coisa assim, mas vale a pena, porque como gosto de dizer, o Corinthians é a segunda coisa mais importante do mundo, a primeira deve ser bem importante,  mas hoje, em dia de jogo, eu esqueci do que se trata.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

lá vou eu de novo..

tamo de volta!

Tinha chegado a hora, Paris, 15 de abril, minha primeira maratona. Foi um ano de treino, quilômetros e mais quilômetros percorridos, dores pra lá e pra cá, muita corrida, fisioterapia, musculação, provas, alimentação, enfim uma rotina quase de atleta só que sem fins lucrativos, alias, bem ao contrario disso.

Pra que correr? No começo podia ser pra emagrecer, provando tanta coisa no restaurante já tava no estilo turma do Fofão e precisava de um esporte, podia ser também pra relaxar, pelas ruas esqueço de toda encheção de saco rotineira e concentro no lado positivo da vida, podia até ser por masoquismo mesmo, aprendi que superar os limites do corpo é das coisas mais prazerosas que existe. A real é que de uma hora pra outra correr ficou tão natural e necessário quanto respirar.
Chuck Noris nunca correu uma maratona! Eu já!

E haja respiração, 4horas e 15 minutos correndo pelas ruas de Paris, curtindo cada segundo, quase meditando. Nesse tempo, dá pensar bastante na vida, tem gente que usa a corrida como psicólogo, é bacana, grátis e ninguém fica sabendo das sacanagens que você fez por aí. No meu caso, não penso em nada, é quase como se meu cérebro estivesse antiaderente, como uma daquelas frigideiras de teflon, os pensamentos vão e vem, mas nada cola de fato.

Correr 42,195km foi fantástico e muito mais tranquilo do que parecia, todo aquele desafio que não iria ter fim passou rápido, se bobear, mais rápido do que devia . Apesar de  voltar pra casa feliz da vida, com a minha medalha de participação e minha camisa de “finisher” para botar moral nas corridas no parque, já no avião, uma coisa não saia da minha cabeça.  E agora?
Óh eu ali!!

É amigo, aprendi que a sensação de dever cumprido dura pouco, em uma semana de treinos de boa no parque já estava desesperado por um novo desafio, um objetivo para o resto do ano. E foi um mês nesse dilema, me convencendo a esperar um pouco para a próxima maratona, numa batalha entre a vontade de correr e a de não parecer um obcecado por corrida.

Não teve jeito, melhor assumir o vício nessa tal de corrida, domingo dia 7 de outubro, em Buenos Aires, vem aí minha segunda maratona!!  




terça-feira, 29 de maio de 2012

Esconda o seu restaurante !!


ATENÇÃO O POST A SEGUIR É UMA BRINCADEIRA !!  Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência .. FOODIES  eu AMO vocês!

sushi do meu restaurante escondido



Se você tem um restaurante só seu, aquele em que você é super bem atendido, come bem, conhece o nome do dono, do garçom e do manobrista, guarde para você!



Você pode não perceber, mas por aí, escondidos por trás de chapeuzinhos panamás, gravatinhas borboletas e iphones mega equipados, estão os foodies. Eles são espertos e sempre conectados, podem de uma hora para outra transformar esse seu restô de estimação no novo point diferente e descolado da cidade "aquele restaurante que ninguém conhece". Acredite ! Você não quer isso!!



Se a noticia se espalhar pelas comunidades foodies você será esnobado pelo mesmo manobrista com o qual discutia o jogo do Corinthians, será obrigado a trocar o seu prato favorito por alguma referencia naturalista nórdica e terá que harmonizar todo e qualquer aspecto do seu jantar, da bebida ao pós-barba do garçom.



Foodies são uma tribo nômade que se espalhou pelo mundo fazendo listas de melhores restaurantes, criando blogs com nomes esquisitos e transformando cozinheiros dedicados em egocêntricos malucos... Cuidado!!! pessoas que são capazes de se deslocar por horas num transito infernal só para comer um hambúrguer. São capazes de tudo !!!



Portanto, boca fechada, se você ama mesmo esse seu restaurante, guarde para você, não tenha medo, se o restaurante é mesmo bom, não faltarão bons clientes, se for ruim, fechará de qualquer jeito.



PS: se o restaurante em questão for o meu, faça propaganda a vontade e desconsidere esse post!

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Na estrada

A comida é a melhor ferramenta para resgatar bons momentos, fotos e filmes se perdem em álbuns empoeirados ou pendrives esquecidos, mas a memória gustativa é daquelas coisas que nunca acabam, mais ou menos como aquela novela da Malhação.

Nesse final de semana tive um desses deja vues gastronômicos, pegava a rodovia dos Tamoios rumo a Ilhabela quando avistei um restaurante de beira de estrada, era o Fazendão na cidadezinha de Paraibuna ! O Fazendão fez parte da minha infância, passava quase todas minhas férias de verão no litoral norte de São Paulo e o sanduiche de lingüiça com vinagrete era o símbolo do começo das férias, devorar aquele sanduba era o passaporte para diversão que estava por vir.

Sempre digo que o paladar é um caminho sem volta, de mordida em mordida evoluímos, a cada bom jantar nos tornamos mais exigentes, por esse motivo, apesar da empolgação de reencontrar o sanduba da minha infância já fiquei com o pé atrás, a baixa expectativa ainda é o maior segredo para a felicidade, tinha que manter a minha bem domada.

Mas não houve nem sinal de decepção, tudo continuava como antes, a chapa ainda é a lenha, a lingüiça gostosa como sempre, o pão fresco e o queijo da fazenda derretido e queimado na borda estava ali , firme e forte. Pqp q maravilha!

Quero ainda rodar as estradas do Brasil para conhecer todos os lugarzinhos que fazem a alegria dos viajantes, quem tiver dicas, por favor mande nos comentários!!!  Até semana que vem!!!

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Observatório ambulante




Tenho corrido bastante pelas ruas de São Paulo, o que me faz ter uma relação um pouco diferente com a cidade, do carro com portas e janelas fechadas passamos por tudo muito depressa ou, com o transito absurdo, mais devagar do que deveríamos.. De qualquer maneira, essa arminha de guerra particular que dirigimos por aí, distorce a cidade, deixa tudo homogêneo e funciona como lente de aumento para a feiúra dos prédios e ruas e para a maluquice das pessoas.

Correndo, consigo observar a cidade de perto, ouço os barulhos, sinto os cheiros, vejo as coisas, como um daqueles filmes 5D, o interessante é que como estou em outro ritmo, correndo rápido, de tênis e roupa esportiva, estou de certa forma fora do contexto e isso aumenta minha capacidade de análise das coisas.

Analisar as pessoas, além de divertido é fundamental  para minha profissão, com o passar do tempo, consigo identificar cada vez melhor o perfil de cada cliente, entender o que o cara quer, saber, pelas suas características, qual é o tipo de comida que vai encantar. Confesso que existe um bocado de preconceito no que estou falando, mas, por outro lado, é bastante eficaz, quase sempre certeiro.

Meu observatório ambulante capta impressões diferentes a cada lugar e a cada dia, tem a cidade coxinha, onde brotam restaurantes italianos mais ou menos bons, prédios neoclássicos e carros brancos, tem a São Paulo hipster, dos óculos de armação grossa, roupas coloridas, papos de yoga e indie rock, tem uma massa trabalhadora que esta mais preocupada em não perder o ônibus do que qualquer outra coisa, há varias outras são paulos e como um vinagrete mau batido, é fácil ver as diferenças.

O importante nessa história é que  continuo correndo, todo dia, de um lado ou outro da cidade, analisando tudo, tirando conclusões q não levam a nada, enriquecendo meus assuntos de bar e absorvendo a cidade, é divertido e é meu novo passatempo.